quarta-feira, 29 de julho de 2009

Traje

O vestuário da Glória marca a personalidade única e genuína da população.
O traje desta vila permaneceu, na sua essência igual ao traje “de algum dia”. Actualmente, a perder-se pela modernidade, o traje típico é apenas usado pelas pessoas mais idosas onde a vivencia do passado se encontra mais enraizada.
O Rancho “As Janeiras” reflecte assim, por um lado um passado relembrado com muita alegria pela população mais idosa e por outro, dá a conhecer aos mais jovens os trajes utilizadas pelos seus pais e avós que viveram noutras épocas, diferentes da vida que se leva hoje em dia.
É retratado sobretudo, o traje de trabalho, o traje do homem é muito semelhante ao do resto do ribatejano, salvo algumas excepções, calça e colete pretos, camisa alva, lenço dos namorados, cinta e barretos pretos, sapatos de atanado, destacando a bolsa de relógio que trazem ao peito e que talvez única no mundo. O traje da mulher consiste num casaco subido até ao pescoço que faz conjunto com um cinto, que podem ser de vários feitios, cores e decorações. Ao cinto é preso o lenço dos namorados e uma pequena bolsa, onde se guardavam o dinheiro. A saia é feita com “favos de mel” em cima e vestida sobre outras saias interiores, cada saia tem “bicos” de cor diferente e bastante alegres.
A destacar a pregadeira em ouro e a moldura de prata com a fotografia do namorado, o que significava que a rapariga era comprometida.
Por cima da primeira saia é colocado um avental, do mesmo comprimento da saia, sobre o qual é “amarrado”, à volta da anca e um pouco acima das coxas, uma “cinta”.
Na cabeça, usam um lenço atado perto da testa e terminando em bico. É de notar que só as glorianas sabem amanhar os lenços desta maneira.
Como forma de agasalho a mulher utilizava a “saia costurina”. Esta saia é o elemento do vestuário mais característico e é uma espécie de saia larga franzida que as glorianas usam sobre os ombros ou sobre a cabeça. Usavam ainda na cabeça um talêgo (feito de pano), que levavam com o jantar para a segunda-feira, no fim da apanha do trabalho na praça, que se realizava no centro da Glória.


1 comentário:

  1. O escritor Alves Redol com o seu livro "GLÓRIA UMA ALDEIA NO RIBATEJO" faz na sua perfeita narrativa o que eram os hábitos e costumes naquela aldeia muito fora do comum dos mortais. Traje - como acima se pode ler a sua descrição - do Rancho Folclórico "AS JANEIRAS". Os meus sinceros parabéns pela vossa etiqueta. António Carvalho - Marinhais - Amadora

    ResponderEliminar